Campanha da Fraternidade é tema de pronunciamento

O deputado Geraldo Resende fez pronunciamento na última terça-feira (14) sobre o tema da Campanha da Fraternidade, que este ano destaca a saúde pública em todo o país. Como médico, o deputado tem a saúde pública como a sua principal bandeira de luta. O deputado aproveitou a oportunidade para prestar contas do mandato em relação a área em destaque.

DISCUTIR A SAÚDE PÚBLICA: UM DEVER DE TODOS

Senhor Presidente,

Para o ano de 2012, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – escolheu como tema da Campanha da Fraternidade: "Fraternidade e Saúde Pública" e o lema "Que a saúde se difunda sobre a terra". Uma importante definição que mostra uma perfeita sintonia entre a Igreja Católica, além de outras denominações e os principais anseios da sociedade brasileira.Nos levantamentos de opinião mais recentes, cerca de 28% da população brasileira reprova o atendimento a saúde ofertado pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. Como médico e ex-secretário Estadual de Saúde, acredito que dois itens devem estar concatenados para oferecer a população qualidade em atendimento: orçamento e gestão. Como deputado-federal por Mato Grosso do Sul no terceiro mandato, sempre trabalhei para meu Estado e a minha cidade, Dourados, de recursos suficientes para enfrentar essa questão.

A CNBB aproveita este período de Quaresma, ou seja, o intervalo entre a quarta-feira de cinzas e a sexta-feira santa, para debater pontos muito importantes da assistência a saúde de nossa gente. O objetivo da Igreja Católica é “levar a população a uma reflexão sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos enfermos, e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde”.

Parabenizo a Igreja Católica pela tentativa de sensibilizar a comunidade, as autoridades e os profissionais em saúde, de modo a priorizar o tema, e construir uma saúde pública humanizada, preventiva e verdadeiramente universal.

A saúde no meu Estado e no Brasil é uma das minhas maiores preocupações como congressista, sobretudo das parcelas geralmente negligenciadas, como os indígenas, os mais pobres, as crianças, as mulheres grávidas, que constituem um público ainda esquecido pelo nosso prodigioso crescimento econômico.Quero ressaltar que coloco a disposição da “Campanha da Fraternidade”, as minhas particulares experiências quanto gestor em saúde e parlamentar, para que consigamos, além de uma reflexão espiritual, a elaboração de propostas práticas a serem discutidas pela comunidade devidamente mobilizada e apresentadas as diferentes esferas de Governo.

Para adiantar esta contribuição e reafirmar meu compromisso, ao longo dos meus três mandatos como deputado federal, tenho lutado e consegui viabilizar, para Dourados, recursos nunca antes garantidos para aquela cidade a serem aplicados na saúde. São mais de 35 milhões de Reais que vem garantindo a reforma de Unidades Básicas de Saúde, a construção de 14 novos postos nos bairros Jardim Marília, Jardim Santa Maria, Campo Dourado, Jardim Oliveira, Residencial Monte Carlo, Altos do Indaiá, Jardim Guaicurus, Jardim dos Estados, Jardim FlóridaII, Parque das Nações I,Conjunto Estrela Verá, Jardim Girassol, Vila Industrial e Jardim Monte Alegre. Também viabilizamos a reforma de 12 postos de saúde nos bairros Jardim Água Boa, Vila Hilda, Parque das Nações I, Conjunto Izidro Pedroso, Jardim Ouro Verde, Vila Formosa, BNH IV Plano, Parque das Nações II, Parque do Lago II, Vila Macaúba, Vila Rosa/Índio e Distrito de Indápolis.

Também garantimos a construção de 12 academias da saúde, das quais uma será construída no Jardim Flórida e outra ao lado do Parque Ambiental do Córrego Rego d’Água. Serão mais R$ 2 milhões, que proporcionarão qualidade de vida, práticas esportivas e de lazer, espaços para alongamentos e aulas, além de profissionais custeados pela Pasta da Saúde.

Outra temática fundamental a ser discutida é Saúde da Mulher. Em Dourados, está em análise técnica no Ministério, o projeto de construção do Instituto da Mulher e da Criança, um novo Hospital, ligado a Universidade Federal da Grande Dourados, que será referência ao atendimento da saúde feminina para região. Este investimento será de cerca de R$ 18 milhões, dos quais R$ 12,9 milhões foram por nós viabilizados no Ministério da Saúde e R$ 5 milhões será a contrapartida da UFGD. Esse projeto necessita da celeridade do Ministério da Saúde para o projeto avançar.

Quero propor também uma discussão sobre os gestores municipais da área. Quero crer que este debate penetre nas catedrais, igrejas e capelas. Inegavelmente, muitas cidades padecem de falta de recursos para prestar um atendimento digno as suas populações.

Porém, algumas administrações municipais, por meio do trabalho de seus representantes em Brasília, possuem recursos para investimento, mas por deficiência de corpo técnico, gestão, pessoal, ou por falta de vontade política, não conseguem executar as ações, que transformariam a saúde no interior do País.

Alguns exemplos dessa situação ocorrem em Dourados. Para o município, existem recursos que foram viabilizados desde 2007, mas por limitações nos projetos apresentados, seguem em analisa no Ministério da Saúde, sem previsão de pagamento. Para a saúde da mulher, viabilizamos R$ 901.550,00 para a construção da Clínica da Mulher, e outros R$ 443.487,93 para a compra dos equipamentos. Esse processo se arrasta há cinco anos por deficiência dos projetos, encaminhado pela Prefeitura.

Também conseguimos viabilizar R$ 3,1 milhões para a reforma do Hospital da Vida. Com a lentidão da Administração Municipal em tirar esta ação do papel, o Governo do Estado tomou para si a gerência. Dos valores citados, R$ 1 milhão é de responsabilidade do Executivo Estadual assim como a formulação dos projetos.

Saúdo, portanto, como muito bem-vinda a Campanha da Fraternidade de 2012. Parabéns à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil por essa iniciativa, pela escolha desse tema. Temos certeza de que o impacto dessa campanha será totalmente positivo e de muito proveito para toda a população brasileira.Que essa campanha, por sua dimensão e relevância, não se restrinja aos meios católicos, mas que seja abrangente em seu alcance. Estou certo de que também os evangélicos, anglicanos, luteranos, as religiões afro-brasileiras, os povos indígenas e até mesmo os céticos concordam com a importância desse tema e estarão dispostos, cada um a sua maneira, a se envolver nessa campanha, e a fazer seu melhor em prol da saúde do povo brasileiro e em defesa do Sistema Único de Saúde.

 Muito obrigado pela atenção.

Deputado GERALDO RESENDE(PMDB/MS)



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